Um (só)
Os olhos, plenos de tudo, não enganam, a vontade, o desejo. As mãos, fortes e delicadas, arrepiam a pele, desenham contornos, desenham palavras, gritam silêncios óbvios no teu peito, bronzeado e quente, acompanhando, juntando-se ao coração, ao bater das horas que passam com vagar, vagarosamente apreciando, lentamente, beijando os lábios, os nossos, ardentes, murmurando, qualquer coisa, suspirando de prazer, sós, os dois, pelo toque, carícia e volúpia, ondulando, imaginando, voando, tremendo, enrolando, suplicando.
Os dedos, multiplicando-se, dividem-se, separam-se, tentando abarcar o que a vista alcança, o que o sentido, premente, pressente, conquistando, navegando, nos recantos escondidos, as superfícies belas, virgens, oferecendo o corpo, a alma, tudo o que mais vier, tudo o que mais pedir, tudo o que mais se sentir, mais e mais.
Os olhos, as mãos, os dedos, plenos de tudo, não enganam, a vontade, o desejo, o arrepio, o bater, o murmurar, o tocar, o imaginar, a súplica, o sentimento, que nos une, que nos consome, que nos faz, um só, tudo num só.
Acordo. Estás aqui.
quinta-feira, julho 24, 2003
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