Punição
Tal como eu sabia,
A última árvore rendeu-se ontem,
Desfeita em ínfimos pedaços,
Vozes desaparecendo num enorme marulhar pela cidade fora,
Saltando e dançando ao acaso, sobre o asfalto,
Sobre o ombro, o pressentimento.
Tal como disseste,
Procurei, em vão, sombras naquela avenida,
Na nudez do passeio vazio e sujo,
Interminável, definhando ao sol,
Os olhos cedendo a um ardor afinal sombrio,
Entre pó e vozes apressadas,
E o chão árido escondendo o trânsito submerso no túnel.
A cidade condena,
Talvez sem suspeita,
Quando nos desperta e nos queima.
Tal como eu sabia,
A última árvore rendeu-se ontem,
Desfeita em ínfimos pedaços,
Vozes desaparecendo num enorme marulhar pela cidade fora,
Saltando e dançando ao acaso, sobre o asfalto,
Sobre o ombro, o pressentimento.
Tal como disseste,
Procurei, em vão, sombras naquela avenida,
Na nudez do passeio vazio e sujo,
Interminável, definhando ao sol,
Os olhos cedendo a um ardor afinal sombrio,
Entre pó e vozes apressadas,
E o chão árido escondendo o trânsito submerso no túnel.
A cidade condena,
Talvez sem suspeita,
Quando nos desperta e nos queima.
“Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa”
in “Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo”
de Sophia de Melo Breyner
in “Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo”
de Sophia de Melo Breyner
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