sexta-feira, novembro 19, 2004
Abandono
“Não há neste céu enegrecido
a quem entrego a alma perdida
vestígios do teu olhar
sereno farol gotejando de luz”
Sérgio Freitas in Inquitude
Seduz-me a saudade insana
de à primeira vista
morrer por uma canção,
intensamente, rapidamente.
Ela mesma,
num abandono sensual
de falsa leveza e candura,
como um fado qualquer,
chorando a arte do desencanto
numa carta tardia.
Dois momentos coincidem na mesma noite
sozinhos como eu, deslizando a colina
ao fundo do aborrecimento
em grande estardalhaço,
sem disponibilidade para surpresa e o desvio...
Como dantes,
fingindo amar, cantando às cegas sem escutar,
e sem pressas de ver que há mais barcos que já não chegam a Lisboa.
Tudo se resume a pouco...
À câmara muito lenta do teu adeus,
Espreitando o mundo que começava
Entre duas silhuetas na madrugada,
A dois golpes certeiros dos dias seguintes...
Em puro afastamento....
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