quinta-feira, julho 05, 2007


Tudo se torna mais claro

Cai enfim,
Tudo o que disseste, balouçando sobre o vazio
Corda esgaçada, silenciosamente parte
Nos instantes velozes
Em que uma boca fugitiva
Fere, engana, desmascara,
Olhos feridos, abertos
Volteando, em euforia,
A verdade afogando-se em álcool
Perfidamente ministrado
Na ausência e no engano.

Tudo se torna mais claro
Quando nada é desmedido,
Quando a bruma e as trevas
Brilham mais que todas as manhãs.
Amsterdão - Holanda



Nem ópio nem morfina.
O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante...
Manhã tão forte que me anoiteceu.
Mário de Sá-Carneiro in “Alcool”

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