Às vezes não temos cor
Lisboa às vezes não tem cor, esvai-se em soluços cinzentos,
Separa-nos, entrega-nos ao desconforto das janelas vazias.
Hoje não acordei. Não é dia e não chove.
Medeia-nos o desconforto, o fim da história,
As palavras esbatidas das dúvidas e o medo, o desafio,
Separa-nos, entrega-nos ao desconforto das janelas vazias.
Hoje não acordei. Não é dia e não chove.
Medeia-nos o desconforto, o fim da história,
As palavras esbatidas das dúvidas e o medo, o desafio,
Cavaleiros tremendo na ânsia da batalha que terminou.
Hoje não acendi a luz, fervi o coração em desespero,
Queimei-te em festa, desmantelei-te em intervalos longínquos.
Ficaram os lapsos, o tédio, os sonhos ardendo na respiração.
No rastro da tempestade, o silêncio não tarda. Perde-se na calçada,
Para lá das janelas desgarradas, irrompe, salpica-nos.
Não é mais nada do que o espaço liberto dos nossos passos, à procura de restauro,
No canto sonolento das palavras mudas, sem arrojo e sem rasgo.
Revisitada a arquitetura das nossas diferenças, tudo permanece igual:
Uma soma de paralelos, perdendo espessura, implodindo no infinito incolor.
Hoje não acendi a luz, fervi o coração em desespero,
Queimei-te em festa, desmantelei-te em intervalos longínquos.
Ficaram os lapsos, o tédio, os sonhos ardendo na respiração.
No rastro da tempestade, o silêncio não tarda. Perde-se na calçada,
Para lá das janelas desgarradas, irrompe, salpica-nos.
Não é mais nada do que o espaço liberto dos nossos passos, à procura de restauro,
No canto sonolento das palavras mudas, sem arrojo e sem rasgo.
Revisitada a arquitetura das nossas diferenças, tudo permanece igual:
Uma soma de paralelos, perdendo espessura, implodindo no infinito incolor.