sábado, fevereiro 04, 2012

Lotaria


As folhas e os pássaros lutam,
Digo-te que o meu coração é vadio
E as paredes são inúteis confessionários.

Esqueces,
voltas noutro dia.

As noites são sempre iguais,
O tempo transforma-se, aprofunda-se.
Minto-te muitas vezes, com prazer.
Não fico impressionado com sangue, salpicos de álcool.
Desço a rua todas as manhãs sem levantar os olhos do chão,
Espreitas sempre pela janela. Não resistes.
Paciência de chinês,
Soberba de francês.
O Amor soa bem em quarto transpirado.

Não esqueces, voltas no mesmo dia.

Conto com a sorte, contigo.
Ainda é de tarde mas quero gin. Pastel de nata.
Os quadros estão espalhados pelo corredor, abandonados, à espera de engate soturno.
Não estou,
não estás para isso.

Contamos com o certo. Cigarros depois de sexo.

Rasgamos a lotaria.

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