sábado, novembro 24, 2012

Portugal

As montanhas empurram o mar
Em busca incessante, um formigueiro na viagem,
Condição contaminante.
Esconjuras, ousadia e degredo,
Língua esvaída, desdita, feliz,
Sossego em sobressalto.
Cidades murmuradas, gastas ao fim-de-semana,
Sabedoria de café, janelas iluminadas,
Portas escancaradas para gaivotas.
São tempestades, é verão,
Vento manso que nunca chega,
Tudo alcança, em todo o lugar chega,
Criatura liberdade em permanente aventura,
Tempo passado, futuro insistente, teimoso.
O mesmo relógio, diferentes razões e atrasos, desculpas,
Nada mais acontece, a todas as horas se inventa,
Ainda assim, é mesmo assim,
Existe alma, escrevemos triunfantes,
Nesta terra não sai petróleo mas jorra talento.

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