IV
A tua boca declara guerra,
De língua desembainhada, sentencia a morte de todos os beijos,
Irreversíveis os que perdemos, eternos os que prometemos, mortos os que lastimamos.
A paixão persegue-me sem quartel,...
E nada mais me resta que viver estropiado,
Quando nada mais se move no tempo que empresto, no amor que hipoteco,
Perdido o sustento ou o ofício de amar.
Que faço amanhã,
Se a renda que há meses não pago deixa o coração livre para novos inquilinos,
Desconhecidos, outros que não nós?
Estou despido, fugindo do relento, procurando lugares escondidos dentro de nós.
Lambo as marcas da carne ferida.
Não aprendi a evitar a tua pele de arame farpado.
Mas outra coisa não sei, cativo me declaro e rendo,
Revelo-te os segredos, o sexo na minha roupa.
Beija-me ou mata-me. Sem remédio, sem desculpas, esta noite extingo-me na tua cama.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
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