segunda-feira, dezembro 26, 2011

II

Suspiro nos compassos intermitentes dos risos, por vezes, demasiadas vezes,
aturdido no furacão que fustiga a tua, a nossa, aproximação.
Será esta a minha sôfrega ardência ou a loucura descontrolada que nos abraça e sufoca?
São as minhas, as tuas, as outras palavras, as próximas,
ensurdecedores pactos de silêncio, que nos aprisionam na decadência obscena dos sentimentos mais obscuros?
São desejos que soletramos,
que segredam a verdade inesperada da angústia, são medos,
águas mortas onde não chove, mordaças de silêncio infecto.
Somos tristes, caducos, arruinados.
Estamos despidos e desferimos golpes sem misericórdia, sem vergonha, sem limite.
Fujo de ti na certeza de que não te posso escapar.
Observas-me. De longe.
Excitada por saberes que me fazes mais homem.
A minha língua limpa,
sedenta, salpicos de sangue e saliva. Não sei se em ti, ou em mim.

Sem comentários: