quinta-feira, março 26, 2009


Todos os poemas de Madrid

Todos os poemas podem ser instantes,
Noites que se desfazem depressa,
Vozes que se pensam perdidas e que se encontram sem saber,
Encontros fugazes, insinuações inconscientes,
Nos outros pólos de atracção e repulsa,
Nos caminhos, nas canções,
Nos olhares que não se cruzam.

A poesia das coisas que se escondem,
Que se inventam,
Que se perdem por querer,
Mergulhando no calor das cidades,
No prazer da descoberta dos recantos do teu corpo,
Nos medos, na inquietude,
Vive profusa, esparsa e fugidia,
Em estado de eterna, entusiasmada, prontidão.


É a impaciência que despeja a tinta em forma de palavras,
É o silêncio que desperta os sonhos e a fuga,
O desterro dos sentimentos indecifráveis ou mais banais,
É a cidade, esta, que trago colada sem conseguir arrancar,
Sem lembrar as perguntas e as respostas,
Na tormenta dos amores guerreiros.

O sol aquece as ruas sem luar, as mãos, os corações enfeitiçados e
Repletos de gente e poemas ao acaso.

5 comentários:

Victor Oliveira Mateus disse...

Uma poesia urbana que diz, sem o suburbanismo que par aí anda a fingir de... e embutir nisso tudo
três estrofes de estrutura a anafórica... E dar um resultado destes. Bem, não é para qualquer um!...

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Daniel,

Obrigado pela visita ao LISBOA ENTRE CABOS e pelos comentários...
Volte sempre...

LMC

... a cada instante ... disse...

A nossa cidade é a nossa casa. É o reflexo do que somos e sentimos.E, às vezes, é tão enigmática... não por aquilo que nos diz, mas sim por aquilo que fica por dizer...
Abraço.

Diário de Lisboa disse...

Vinha apenas deixar um abraço e agradecer os comentários feito no meu Blog. Eis que deparo com um verdadeiro Blog: belissimos poemas acompanhados de não menos belissimas fotografias.
Para voltar mais vezes.

S. disse...

Gosto muito de madrid.
Gosto ainda mais de poesia.
E gostei muito deste blog.

:)