sexta-feira, fevereiro 25, 2005


Dream on

Já não há azul como o teu
as luzes que cintilam e riem como tu,
as pernas insidiosas, o ombro esculpido pelo mar,

inocentes os dias em que te vejo assim,
sem querer, sem desejar parar, sem ti...
Sem ti é que não é nada, o vazio que me assusta
o desamparo de não ter mar.

Mesmo tremendo, no frio que me afronta,
e eu não desisto, espero assim mesmo que saias da loja.

Não fosse Dezembro e seria diferente,
escolhia as palavras que tens escritas nos olhos,
minuciosamente escolhidas e ditas,

que a Rua Augusta é o S. Carlos da tua ópera
e o Natal é tão bom para me declarar como o Verão.

Que palavras?

Aquelas,
aquelas com que sonho e não te vejo,
mas sei que estás lá.

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