sexta-feira, abril 07, 2006















Naquela cidade

Somente num sonho, acordo em novas incertezas, à procura
de alguém que não eu.
Estás em todo lado,
vejo-te perdida,
levando-me ao mundo, naquela cidade,
rindo, iluminando mais que tudo.

Naquela cidade, sonhas,
voas sobre o mar,
lavas a alma, como chuva,
perdes-te comigo,
vendo lá de cima quem somos
e mergulhar no vazio, que nos embriaga,
juntos,
como num sonho, com água transparente.

quarta-feira, abril 05, 2006


Adágios nocturnos (fuga apressada sobre a neve)

Debaixo da noite
Adormece a manhã,
Admiram-se as profundezas do sonho,
Quando o dia acaba lá fora,
De ferro, as minhas pernas (seguras, na escada)
Forjado, no coração (o amor ao divino)
Branco, o meu corpo
Extinguindo-se na luz ténue de uma ópera
Na envolvência do calor da música.


Em fuga apressada sobre a neve,
Descobre-se a grandeza das cidades
De domingo à tarde
Feitas de café com piano,
Misturando-se nas últimas corridas do dia,
Saboreando o gosto pelos desfechos perfeitos.

escrito entre Praga, Viena e Budapeste, Março de 2006