quarta-feira, maio 15, 2013

Furor de todas as coisas (segunda parte)


Há um silêncio agudo em mim

Revelando-se em vozes inexplicáveis, descobertas na areia
Com as marés.

Imagino os barcos voando nas cidades
Levando-me ao meu primeiro dia no mundo
Luminoso
Efervescendo todas as manhã.

Abri os olhos à passagem das gaivotas
À escrita das conversas longínquas dos mitos oceânicos,
O furor de todas as coisas que ainda tenho de inventar,
Em estremecida devoção,
A ti,
Mistério perfumado que vagueia nos instantes das dúvidas e
Explode como a primavera depois do verão.

Respiro em águas mansas que regam a solidão.

segunda-feira, maio 13, 2013

Furor de todas as coisas


Perdi o furor de todas as coisas
No chamamentos das ondas e
Nos abismos tenebrosos que devoram a luz,
Inspiram o céu e encostam os ventos às maldições.

São mil feridas abertas na espuma,
Torturas cavadas e invernosas,
Corações afogados batendo no cais,
Em movimentos ardentes, esvaídos na voz antiga do tempo,
Odisseia de navegantes
Procurando a curvatura da imaginação e
Do medo.

Perdi o rasto das estrelas desprendidas e os faróis consumiram-se
Cansados,
Em crepúsculos sempre iguais.

O mundo é um ermo vasto e solitário
Um excesso que se devora de forma estridente,

Que me cria e destrói e
Condena a renascer, infinito