quarta-feira, maio 15, 2013

Furor de todas as coisas (segunda parte)


Há um silêncio agudo em mim

Revelando-se em vozes inexplicáveis, descobertas na areia
Com as marés.

Imagino os barcos voando nas cidades
Levando-me ao meu primeiro dia no mundo
Luminoso
Efervescendo todas as manhã.

Abri os olhos à passagem das gaivotas
À escrita das conversas longínquas dos mitos oceânicos,
O furor de todas as coisas que ainda tenho de inventar,
Em estremecida devoção,
A ti,
Mistério perfumado que vagueia nos instantes das dúvidas e
Explode como a primavera depois do verão.

Respiro em águas mansas que regam a solidão.

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