Há espaços interditos
Onde o deslumbre penetra como gume aguçado,
Nos feitiços desse ínfimo universo,
Sedento de fantasias mudas e perversas,
De medo irresístivel, de querer ainda mais.
É o vinho que embala a cintura,
Um travo rouco a poesia brava
Desenterra a raiz escondida do desejo,
Mostrando-se na última claridade do passado,
Desmascarando certezas.
És batalha vencida,
Ardendo devagar com os estandartes,
Entregando-me prisioneiro,
Saqueando-me o sentido deixado pelo tempo perdido,
Uivando sobre a nudez de corpos amargos.
Renego-me, enveneno-me,
Por tudo o que penso e não quero,
E o que quero sem pensar, em furiosa demência
Transpirando em contenção,
Fugindo dos pesadelos de noites repetidas,
De sexos furiosos ao desbarato.