Agosto
Fervemos
em qualquer dia
Que
nos apeteça
Ou
aconteça,
Mas
é verão em Lisboa
E
o azul é maior do que nós,
Helénico,
Imenso
toldo que nos cobre as façanhas,
As
patranhas,
Os
beijos roubados no jardim,
Os
peixes a ver,
E
a relva que nos aconchega,
Esconde
a roupa molhada, na sombra,
Sem
disfarçar,
Do
quanto me queres,
Do
quanto te dás.
A
cidade abandonada só para nós,
Disponível,
Enchendo-nos
a boca de sede,
A
querer mais,
Querer-te
mais,
Ter-te
mais.
Esquece,
Não
digas a ninguém,
Mas
amanhã há novamente rio
E
tardes devoradas por incêndios
Dos
nossos corpos acesos.