quinta-feira, julho 17, 2008


Palavras inteiras

O céu suspende-se
Nas constelações de palavras que crescem, voam
Nas velas, nas redes, nos sons da respiração silenciosa,
Sustendo-se numa garrafa deitada no mar.

Inesperados caminhos, estes,
Perfumes ocultos na luz imprecisa, inesperada, sublime do Egeu
Onde tudo é um princípio ardente,
Uma história sem regresso,
Uma lua rara e um amor inteiro.

Tudo se precipita no abismo,
Com ardor, crepitando nos instantes do meio-dia,
Esperando a reconciliação da noite,
Do anúncio da sombra espessa e abundante,
Do universo encontrando o seu lugar.



Imerovigli (Santorini - Grécia)

sábado, julho 12, 2008

Mediterrâneo

Aqui sou eu,
Gigante,
O mundo, que descansa,
Braços descoberto sobre a mesa,
Até mim, entre nós, as palavras,
A verdade, navegando, o vinho.
Somos tempo e luz que não se encontra nem se apaga,
Que nasce e mergulha no horizonte,
Sem cessar,
Como tu e eu...

Oia (Santorini - Grécia)

O Mediterrâneo ao longe escurece
Mas
Eu
Sou o único azul.
O passado do Mediterrâneo é antigo, distante,
Mas
Eu
Sou o dono das estrelas.
O Mediterrâneo não pode criar-te novamente
Mas
Eu
Posso te amar mais uma vez.

Fazıl Hüsnü Dağlarca
In Poemas do Mediterrâneo