segunda-feira, março 21, 2005


Invasores


A tempestade, única,
Conduz ao promontório,
Veloz e impaciente.

Todos os enganos são previsíveis,
Irresistíveis,
Quais mãos que nos conduzem,
Quentes e melosas,
Envolvendo, entorpecendo.

A anestesia da calma,
Canto de sereia magicamente administrado,
A atracção da tormenta,
O medo do naufrágio,
Lento afogamento nas águas revoltas, em fúria,
Na culpa, censura.

E o mundo das sombras,
Incontrolável,
Selvajaria da alegria despoletada,
Ebulição estonteante ,
Fustiga-nos
De risos bárbaros implacáveis,
Invasores, taciturnos
Vertendo memórias...


A terra treme debaixo dos pés,
Esbatendo a respiração,
Sem alma, consciente.

O inferno são os outros...

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