sexta-feira, dezembro 05, 2003

Vento Fugitivo

Move-se em café arrefecido
Uma certa tristeza de ser urbano,
Em cativeiro,
Um vento fugitivo, em vermelho vivo,
Sem o sabor da manhã ,
Apenas com a luz que atravessa o ar,
Morta há muito tempo, no abismo
Das tardes de outono sem cor,
Invernos de silêncio à noite.

E o café evapora-se sem deixar cheiro
Consumindo-se no escuro cinzento e sujo.
Onde não chove,
O céu, espelho da cidade que não termina
Chora água de ferro, dura,
Apenas transparente na minha mão
Estendida, saindo das arcadas.


Daniel Bayesha


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