terça-feira, dezembro 30, 2003

Nocturnos Suburbanos


Tudo se reconhece e nada se conhece,
Entre equívocos de betão e ferro,
Inoculando o espectador viajante
Em tons uniformes e ausência de cor,
Atordoando sentidos,
Mecanizando a inexistência de rituais.
A aparente esquizofrenia impera no mundo natural,
Este de dormir tranquilamente
Em seis carruagens hitlerianas,
Expurgadas de manifestações de vida,
Inventado o misticismo e a alquimia
Da melancolia a caminho do trabalho
De criaturas híbridas à deriva na vida moderna de segunda geração.
A idade maior do global e uniforme,
Das caricaturas exportáveis de gatos com o cio
De lá do oceano a cidades abraçadas e confundíveis
Vampirizando-se,
Sugando vida e respiração ao longo dos carris.
O amor feito em subliminações libidinosas,
Glacial e indiferente,
Fornecido e vendido via contacto seguro e higiénico,
Em dias tardios e lentos,
Ritmado por calendários semanais,
Sem forças nem forcas de nylon para apressar a mudança.
Todos, inconscientes, recusando ver
A tenebrosa fantasia da realidade.

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